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Cuidado para não se rotular: os perigos da identificação com um diagnóstico psiquiátrico

Os diagnósticos, na psicologia e nas ciências da saúde em geral, são utilizados principalmente para classificar e orientar os profissionais quanto ao tratamento que deve ser oferecido àquele indivíduo que sofre com o quadro em questão.


E a intenção por trás disso, com certeza é das mais nobres, pois tem papel essencial na realização do trabalho dos profissionais que cuidam de pessoas com essas doenças e transtornos.


O problema, é que eu tenho visto cada vez mais pessoas se identificando com o diagnóstico que lhe é dado: "É que eu sou muito ansiosa"; "É que eu sou depressiva" - são frases muito comuns de serem ouvidas atualmente.


As pessoas cada vez mais tem abraçado diagnósticos, que muitas vezes são feitos por elas mesmas com auxílio da internet, e passam a enxergá-los como verdade absoluta e justificativa para tudo em sua vida.


Com isso, o indivíduo perde a capacidade de reconhecer e nomear tudo o que sente, recorrendo sempre "àquele nome" para expressar os mais diversos sentimentos, ou pior: acaba se identificando com o diagnóstico a um ponto que deixa de possuir determinado transtorno, e passa a ser daquela forma. Estar ansiosa e ser ansiosa são coisas muito diferentes, você não concorda?


Não se engane: por mais que exista um "nome geral" para isso que você sente, a forma que você sente é única, assim como também são únicos os motivos que fizeram você desenvolver esse sintoma e não outro.


Toda vez que você resume o que sente a um nome de doença, síndrome ou transtorno, você acaba deixando de lado as variáveis mais importantes que estão envolvidas nesse assunto: a sua individualidade e a sua história.


Você é muito mais que o seu diagnóstico, assim como não dá pra resumir tudo o que você sente a um único nome. Não generalize o que você sente, muito menos tire a individualidade desse sentimento.


Porque é justo na sua individualidade que está a possibilidade de entender, tratar e aliviar esse sofrimento que tanto te incomoda.


Deixa o diagnóstico ser usado por quem precisa dele pra te ajudar.


Com carinho,

Dominique S. Barauce

CRP 08/25857

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